quinta-feira, 8 de julho de 2010

A Cidade

A cidade foi se erguendo aos pouquinhos
Fundada em um terreno vazio
Tijolo sobre tijolo
Em pouco tempo, a cidade surgiu
Concretando-se em torno daquilo que amava

O cinema favorito,
Banco de pedra na praça,
Cheiro de comida ao meio-dia
Barulho de britadeiras e
Gritos de criança

Passarinho que canta sempre igual
As tortas de maçã
Noites de calor, banhos gelados
Vento na rosto
Café não bebido entre cochilos no sofá

Livro não lido e outros tantos
Esquecidos
A cidade dança ao som daquele disco
Fica tonta, rodopiando pelos becos
Com a cara suja de fuligem

A noite a transforma em fogueira
A cidade fica alegre, fica triste
Chora entre um trago e outro
Ri entre um trago e outro
Na manhã seguinte acorda e começa tudo outra vez

É a cidade das caminhadas preguiçosas
Dos finais de tarde
Ônibus quebrado, taxi maluco
Cidade dos parques, viadutos, avenidas
E de tudo o que sinto

Por mais que conheça outros lugares
Por mais que ande por aí
Nunca saio de verdade da cidade
Pois se é ela que habita em mim,
Como poderia deixá-la?

Um comentário: