domingo, 25 de julho de 2010

Plaza del Gato

El gato en la plaza está en su estado natural
Salta aqui y allá, persiguiendo a los pájaros
Recibe a los visitantes frotandose en el enrejado de la fuente
Porque todo le pertenece a él y eso es claro
El gato es un salvaje en la plaza
Incorpora la experiencia de miles de generaciones de gatos
Sus abuelos no han dejado legado que no sea este
Así va el gato, disparando ataques imaginarios en el aire
Levantando la cola para que todos lo vean:
Una vez que es gato, la timidez no es necesaria.

domingo, 18 de julho de 2010

Spleen

Meus amigos me esqueceram
Minha garota me esqueceu
E mesmo minha família me esqueceu
Então cá estou, sorvendo a bílis negra

Fico em meu quarto esperando
Escuto os barulhos da rua
É vento e a chuva
Ou é o som do fim do mundo?

Imagem que vem e vai
Ansiedade infinita
Espero algo acontecer,
Mas algo nunca acontece
Cada hora aqui é como se fossem anos

Só me resta dormir
Dias como hoje me ensinaram
Que por pior que sejam,
As tempestades sempre terminam.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Quase-Soneto da Resposta

Dou mil vidas e mais por um minuto contigo
Quero voltar atrás, fazer tudo novamente
Mas quero que seja agora: quero viver o presente
Encontrar-me outra vez sob teu abrigo

Quero esquecer as dores, as lágrimas, as mágoas
Não porque tenha medo disso tudo
Pois viveria outra vez isso tudo
Mas prefiro pensar nas danças, nos abraços, no beijos

(Saudades dos beijos!)

Alguém me disse pra dar um tempo
Talvez agora seja mesmo duro recomeçar
Mas quanto ainda tenho de tempo?

Quero uma nova chance pra dizer que te amo
Mas se agora não dá, não vou forçar a barra
Prefiro tentar te ganhar assim: oi.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Noite de Inverno

Noite de inverno lá fora
Aqui dentro é tão quente que mal consigo dormir
Reviro-me na cama entre montes de cobertores que não são meus
Mas de memórias passadas
O tempo se alonga e com ele
Aumenta minha inquietude
Penso no amanhã
Até ser finalmente engolido pelo sono
Acordo várias vezes durante a madrugada
Só para repetir o processo

Na manhã seguinte tenho a cama vazia
E a garganta seca.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

A Cidade

A cidade foi se erguendo aos pouquinhos
Fundada em um terreno vazio
Tijolo sobre tijolo
Em pouco tempo, a cidade surgiu
Concretando-se em torno daquilo que amava

O cinema favorito,
Banco de pedra na praça,
Cheiro de comida ao meio-dia
Barulho de britadeiras e
Gritos de criança

Passarinho que canta sempre igual
As tortas de maçã
Noites de calor, banhos gelados
Vento na rosto
Café não bebido entre cochilos no sofá

Livro não lido e outros tantos
Esquecidos
A cidade dança ao som daquele disco
Fica tonta, rodopiando pelos becos
Com a cara suja de fuligem

A noite a transforma em fogueira
A cidade fica alegre, fica triste
Chora entre um trago e outro
Ri entre um trago e outro
Na manhã seguinte acorda e começa tudo outra vez

É a cidade das caminhadas preguiçosas
Dos finais de tarde
Ônibus quebrado, taxi maluco
Cidade dos parques, viadutos, avenidas
E de tudo o que sinto

Por mais que conheça outros lugares
Por mais que ande por aí
Nunca saio de verdade da cidade
Pois se é ela que habita em mim,
Como poderia deixá-la?

sábado, 3 de julho de 2010

No Caminho da Vida

Não há mais razão para se preocupar
Ficou o dito pelo não dito
Ficou o sorriso no rosto
E as lembranças de um amor
Que não terminou

Não tem mais jeito!
É o fim de uma história
Entra era e sai era e nós
Continuamos sendo os mesmos animais bobos
Que éramos há mil anos atrás

No caminho da vida
Perdeu-se a mágica
Morreram os príncipes
Acabou-se o encanto

Seríamos felizes e
Fomos felizes
Mas por ora vivemos apenas
De saudades.